domingo, 18 de julho de 2010

ALCINA ALUCINA

A cantora Maria Alcina entra em cena com o show 100 Anos de Adoniran Barbosa, concebido e dirigido por Cervantes Sobrinho. O show acontece dia 21 de julho, quarta-feira, no Teatro Popular do SESI - Paulista, às 20 horas, com ingressos populares a R$ 10,00 e R$ 5,00.


O espetáculo vai muito além de uma simples releitura das músicas de Adoniran; não se resume apenas a uma seleção de repertório e ainda conta com a performance incomparável da intérprete. O arranjador e diretor musical Sérgio Arara buscou inspiração nas próprias personagens e histórias contadas nas letras de Adoniram para conceber os arranjos e apresentar uma leitura única e original, fugindo da sonoridade já conhecida por todos.

Alcina se esbaldou com o banquete que Arara lhe ofereceu: muito molho, pimenta e ritmo para abusar do vozeirão. Inclusive, quem aquece o público e prepara o clima para Alcina entrar em cena é a voz do próprio Adoniran em áudio retirado da gravação de Torresmo à Milanesa. A cantora mostra que está em plena forma: esbanja bom humor e incorpora várias personagens pra lá de hilárias.

Que bom que eu tive o grande privilégio de CONHECER esse poço de talento; essa mulher sensível e generosa...
Tocar na Alcina, olhar dentro dos lindos olhos da Alcina, conversar com a Alcina...
Naõ sou o mesmo após TUDO ISSO.

Alcina alucina.





terça-feira, 13 de julho de 2010

quinta-feira, 4 de março de 2010

"E NÓS QUE AQUI ESTAMOS, POR VÓS ESPERAMOS"

Em Cuba, morreu no dia 24 de fevereiro, Orlando Zapata Tamayo, depois de passar 85 dias em greve de fome. Estava preso há 3 anos por discordar do modelo de governo, em nada democrático, existente lá há mais de cinco décadas. Não era apenas prisioneiro político. Era prisioneiro de consciência. Alguém que desacata e discorda da autoridade e das leis. Não é coisa simples, para um cubano que mora na ilha, pensar diferente do governo liderado pela família Castro (Fidel entregou seu cargo ao irmão Raul e este passará ao filho).




O argumento do governo para contestar aqueles que falam em ausência de direitos humanos, civis e políticos é elementar, replicado na mídia por aqueles que não confiam nunca na democracia: Cuba está em guerra. Em tempos de guerra, o governo pode tudo (o fato de os americanos também não darem importância aos direitos humanos na base de Guantánamo, na ilha de Cuba, não quer dizer que as atrocidades e desrespeitos do governo cubano, com aqueles que pensam diferente “deles”, tenham de ser toleradas e insignificantes para não nos abalar).



É mais fácil ser a favor de Cuba, Venezuela, Coreia do Norte, Irã e de vários africanos e asiáticos vivendo fora, a distância. O jornalista Samarone Lima esteve em Cuba. De volta, escreveu o livro-reportagem Viagem ao Crepúsculo (deixo os detalhes para a curiosidade de quem queira consultar o livro e me atenho a um pensamento comum: para a população existe nós e eles (eles, lá, são pessoas na direção do governo e no controle do exército). Ou seja: como aqui, lá se assiste a tudo bestializado.



Tamanha inspiração, abriu franquia, na Venezuela. Com esse motor histórico de ameaça externa e interna, Irã, Coreia do Norte e logo mais outros(?) – por favor, argentinos, resistam, acreditem que quem desconhece o passado condena-se a repeti-lo – se seviciarão sob a alegação de que a História, esquecida, sem memória, e contada pelos amigos, absolverá.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

BREVE CURRÍCULO


Alexandre Sampaio


PRODUTOR EXECUTIVO





Currículo Sucinto

Alexandre Sampaio é produtor executivo desde a década de 90. Já atuou nas seguintes áreas:


Assessoria de imprensa; vídeo; coordenação de produção; direção de palco; produção musical; gerenciamento de desfiles de moda; administração de teatro; projetos sociais; festas; eventos; coordenação de pólos culturais; espetáculos e festivais de dança e principalmente teatro.

Seus trabalhos mais recentes são: Assistente de assessoria de imprensa em lançamento de CDs, shows, espetáculos e festivais de teatro pela Verbena Comunicação/SP; produção executiva de leituras dramáticas no projeto DRAMATURGIAS pela Produtora Expressão e Arte no CCBB/SP; Produção executiva do espetáculo”Pedrinho Brasilândia”, convidado pelo ISPA-International Society for the Performing Arts-SP/2009- com o tema Diversidade Cultural/Cultura Popular Urbana no Brasil; produção executiva dos projetos Jornalismo Literário e Arte Inconsciente em SP, BH e Uberlândia, pela produtora Texto Intermídia dentro do Circuito Cultural Banco do Brasil; produção executiva dos espetáculos “Villa Luz”, “Pedrinho Brasilândia” e “Pedrinho Luz”, dentro do Programa Fábricas de Cultura, pela ASSAOC e Secretaria de Estado da Cultura de SP; coordenação de produção e produção executiva do Projeto Arena 2008-Reinauguração do Teatro de Arena Augusto Kusnet, com temporada do espetáculo “Chapetuba Futebol Clube” e cinco leituras dramáticas de textos do dramaturgo Oduvaldo Viana Filho, pela FUNARTE/SP.

produção pernambucana jan 2010

LITORAL PERNAMBUCANO

sábado, 17 de outubro de 2009

"PEDRINHO LUZ"

Pedrinho Luz


Mais de 10 mil pessoas já assistiram ao espetáculo Pedrinho Luz, com quase 50 apresentações na capital e em outras cidades de São Paulo.



O espetáculo Pedrinho Luz propõe uma releitura da história vivida por Petrouchka, um boneco de marionetes que, animado por um mago, divide o amor da bailarina com o mouro. A trama, que foi originalmente ambientada numa praça da antiga São Petersburgo de 1830, recebe a nova paisagem dos arredores da cidade de São Paulo no período de carnaval.



O aspecto lírico ordinário do Petrouchka permite tangenciar alguns temas universais de maneira lúdica e identificar personagens correspondentes na nossa realidade. A história, além de facilitar um olhar mais atento sobre os indivíduos comuns, compartilha um universo poético de alegrias e tristezas.



Questões humanas como a cumplicidade amorosa, a aceitação do diferente, a perda do próximo, o abandono e a superação em situações extremas marcam a trajetória dos personagens revelando estados de conflito e de fragilidade. A escolha pela fragmentação, tanto da história como da representação, faz brotar uma linguagem corporal ágil, não-linear e própria dos seus intérpretes.



Aqui, os protagonistas não só receberam outros nomes como também foram multiplicados para intensificar os sentimentos e os estados oníricos. A idéia desse desdobramento nasceu do flagrante reconhecimento destes personagens vividos em cada um de nós, além de possibilitar o exercício de talentos tão raramente reconhecidos.



O contraponto entre a realidade e o imaginário, o passageiro e o eterno, está presente na exploração do palco através de corredores e focos de luz de Ricardo Morañez, criando uma ilusão e uma simultaneidade das ações. No início, a vida com seu curso diário, pessoas na rua, na feira, caminhando – situações cotidianas. Em alguns momentos, a vida ganha outra dimensão pela ampliação do espaço interno do sonho, da paixão, da emoção e do encontro. Pedrinho, Átila, Rita e o Mago representam essa suspensão da realidade aparente, para a imersão na realidade das relações humanas mais fortes.



O cenário de Simone Mina amplia essa perspectiva, com o corredor ao fundo da cena, trazendo a possibilidade de livre imaginação com seu fluxo constante: somos muitos e de muitas maneiras nas passagens vividas. O desfecho trágico da peça com a morte do Pedrinho deixa um gesto parado no ar, para logo em seguida a vida retomar o seu curso.



Nosso processo de criação foi norteado pela intensa colaboração dos integrantes do grupo, seja na construção coreográfica como no rastreamento dos personagens. Foi fundamental a participação da assistente de ensaio Cris Belluomini e dos arte-educadores Júlia Pittier e Márcio Greyk. Como encenadora, fiz a concepção e organização das cenas de maneira a acolher as diferentes sugestões dos jovens em suas inúmeras e divertidas criações.



A trilha sonora de Cláudio Soares se inspira no Petrouchka de Igor Stravinsky. “Melodias, instrumentação, rítmica e procedimentos técnicos da composição (polirritmia, sobreposição de temas etc.), serviram de referência para a música. Outros elementos também influenciaram no processo, tais como a adaptação da história para o cenário urbano contemporâneo (utilização de elementos da música pop, do jazz, do tango e do samba), os movimentos da coreografia e os estados emocionais propostos pela história e necessários para a construção da mesma”, como explica Cláudio.



O espetáculo é o resultado de uma imersão em experimentações dramatúrgicas e lúdicas, que se valeu do cruzamento criativo da dança, teatro, circo e música. Foi no empenho conjunto deste processo que se alargaram as possibilidades de construir um espetáculo cujas preocupações vão muito além do resultado cênico.



Susana Yamauchi