sábado, 17 de outubro de 2009

"PEDRINHO LUZ"

Pedrinho Luz


Mais de 10 mil pessoas já assistiram ao espetáculo Pedrinho Luz, com quase 50 apresentações na capital e em outras cidades de São Paulo.



O espetáculo Pedrinho Luz propõe uma releitura da história vivida por Petrouchka, um boneco de marionetes que, animado por um mago, divide o amor da bailarina com o mouro. A trama, que foi originalmente ambientada numa praça da antiga São Petersburgo de 1830, recebe a nova paisagem dos arredores da cidade de São Paulo no período de carnaval.



O aspecto lírico ordinário do Petrouchka permite tangenciar alguns temas universais de maneira lúdica e identificar personagens correspondentes na nossa realidade. A história, além de facilitar um olhar mais atento sobre os indivíduos comuns, compartilha um universo poético de alegrias e tristezas.



Questões humanas como a cumplicidade amorosa, a aceitação do diferente, a perda do próximo, o abandono e a superação em situações extremas marcam a trajetória dos personagens revelando estados de conflito e de fragilidade. A escolha pela fragmentação, tanto da história como da representação, faz brotar uma linguagem corporal ágil, não-linear e própria dos seus intérpretes.



Aqui, os protagonistas não só receberam outros nomes como também foram multiplicados para intensificar os sentimentos e os estados oníricos. A idéia desse desdobramento nasceu do flagrante reconhecimento destes personagens vividos em cada um de nós, além de possibilitar o exercício de talentos tão raramente reconhecidos.



O contraponto entre a realidade e o imaginário, o passageiro e o eterno, está presente na exploração do palco através de corredores e focos de luz de Ricardo Morañez, criando uma ilusão e uma simultaneidade das ações. No início, a vida com seu curso diário, pessoas na rua, na feira, caminhando – situações cotidianas. Em alguns momentos, a vida ganha outra dimensão pela ampliação do espaço interno do sonho, da paixão, da emoção e do encontro. Pedrinho, Átila, Rita e o Mago representam essa suspensão da realidade aparente, para a imersão na realidade das relações humanas mais fortes.



O cenário de Simone Mina amplia essa perspectiva, com o corredor ao fundo da cena, trazendo a possibilidade de livre imaginação com seu fluxo constante: somos muitos e de muitas maneiras nas passagens vividas. O desfecho trágico da peça com a morte do Pedrinho deixa um gesto parado no ar, para logo em seguida a vida retomar o seu curso.



Nosso processo de criação foi norteado pela intensa colaboração dos integrantes do grupo, seja na construção coreográfica como no rastreamento dos personagens. Foi fundamental a participação da assistente de ensaio Cris Belluomini e dos arte-educadores Júlia Pittier e Márcio Greyk. Como encenadora, fiz a concepção e organização das cenas de maneira a acolher as diferentes sugestões dos jovens em suas inúmeras e divertidas criações.



A trilha sonora de Cláudio Soares se inspira no Petrouchka de Igor Stravinsky. “Melodias, instrumentação, rítmica e procedimentos técnicos da composição (polirritmia, sobreposição de temas etc.), serviram de referência para a música. Outros elementos também influenciaram no processo, tais como a adaptação da história para o cenário urbano contemporâneo (utilização de elementos da música pop, do jazz, do tango e do samba), os movimentos da coreografia e os estados emocionais propostos pela história e necessários para a construção da mesma”, como explica Cláudio.



O espetáculo é o resultado de uma imersão em experimentações dramatúrgicas e lúdicas, que se valeu do cruzamento criativo da dança, teatro, circo e música. Foi no empenho conjunto deste processo que se alargaram as possibilidades de construir um espetáculo cujas preocupações vão muito além do resultado cênico.



Susana Yamauchi


um dos programas mais sérios e respeitáveis


QUANDO TODOS ESTAVAM "AQUI E AGORA"


EM "MAÇÃ CARAMELADA" COM SANDRA RINO E ALFREDO BORBA


EM "O AMOR DO GALO PELA GALINHA D'AGUA"


COM HILDA TORRES E PAULO DE PONTES EM "A CARAVANA DA ILUSÃO"



ALEXANDRE SAMPAIO

Alexandre Sampaio, ator e produtor executivo.
"ENQUANTO OS LEÕES NÃO PUDEREM CONTAR A SUA HISTÓRIA, A HISTÓRIA QUE CONHECEREMOS SERÁ SEMPRE A VERSÃO DOS CAÇADORES"(Ditado africano).